terça-feira, 22 de março de 2011

Elite


Escrevo este artigo no mesmo momento em que assisto ao pronunciamento da nossa presidente Dilma Rousseff. O que me motivou a escrever foi o fato de ver na platéia um número significativo de pessoas, conhecidas no Brasil, a acompanhar a comitiva da Presidente. Pessoas que no passado repudiavam o fato de o país ter um presidente operário, ou como era mais comum, analfabeto.

Antes o ataque ao PT era sistemático. Hoje, quase não se houve nenhum indício de que o partido seja incompetente para governar o país. É de se perguntar o que mudou? E a resposta é óbvia. O que mudou foi a classe social há qual pertence o presidente. Enquanto o ex-presidente era um proletário, a atual pertence à classe média alta. Daí a adesão incondicional a presidente.

Apesar da popularidade do ex-presidente Lula ser bastante alta, a indignação de ter um homem do povo no poder, sempre gerou protestos veementes. Agora parece que tudo está perfeito. A Presidente não é analfabeta. Isto não significa que ela não cometa deslizes no língua. Mas quem se importa? O fato é que não é mais um pobre que está no poder.

O PT está do jeito que a classe dominante sempre desejou. Não lembra nem de longe as suas origens. Mas esta súbita adesão a nova presidente nunca vai esconder o fato de que a classe alta deste país é possuidora de preconceito para com os pobres.

A seguir esta tendência, a elite vai retornar ao poder sem, contudo, precisar disputar uma eleição.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Quem nunca pecou.


Quando a poeira começa a baixar fica mais fácil enxergar. Em todo esse caso que envolveu o prefeito de Manaus e os paraenses, uma questão salta aos olhos. Quem nunca riu com uma “piada” sobre paraense? Quem nunca contou uma?

Que o prefeito cometeu um ato falho, não há dúvidas. Entretanto, a população amazonense deveria aproveitar a gafe e pedir desculpas aos nossos irmãos paraenses. Esta passagem lembra o caso bíblico de Maria Madalena. Guardada as devidas proporções, os mesmos que contam piadas preconceituosas sobre paraenses estão a desferir suas pedras.

Claro que na vida pública, o representante do povo deve agir com virtude ou virtuosismo. No plano ético, exigimos uma posição aristocrática do governante. Isto é, o governante é o sábio, o belo, destinado por natureza a não errar. Mas, vivemos na democracia e o governante é o reflexo de seu povo. Se não fosse assim, não permaneceria por tanto tempo no poder.

De minha parte, peço desculpas aos irmãos paraenses e se não for pretensioso, o faço por todos amazonenses.

Quem nunca pecou que atire a primeira pedra.