terça-feira, 30 de março de 2010

Alta dos Combustíveis


Não consigo entender o Brasil. Anunciamos a produção do álcool como alternativa para o petróleo e seu custo, metade do preço da gasolina. Hoje, a diferença entre álcool e gasolina não passa de míseros 25 centavos. Anunciamos descoberta de petróleo no pré-sal e nos tornamos alto suficientes. Isto é, não precisamos importar petróleo. Ai os preços dispararam.

Aqui no Amazonas temos o petróleo e o gás de Urucu. Em qualquer posto o preço beira os três reais. Para ser exato 2,83. Em todos os países produtores de petróleo o preço é razoável, acessível. Aqui sobe todos os meses. Uns culpam o governo. Outros, os distribuidores. Alguns, os revendedores. E tem ainda os usineiros. Existe a idéia de que a alta do açúcar, no mercado internacional, é culpada. Sem saber de quem é a culpa pagamos, pois, a quem recorrer?

Criaram-se CPI para investigar a questão. O resultado Foi um festival de disse me disse e a gasolina subindo. No meio de tudo isso ainda existe a gasolina “batizada”. Com ela os carros quebram. Quando algum posto é flagrado, nunca se sabe ao certo qual é o posto.

Esses últimos anos foram decisivos para a consolidação dos donos dos postos. Eles cressem com muita velocidade. Parece não haver legislação. Para qualquer lado que se olhe existe um posto. Nele uma placa onde se lê: 2,83.

Vivemos em uma economia de mercado. Em tese, a lei da oferta e da procura é quem regula os preços. Isto é, quando a oferta é grande, os preços baixam. Quando há escassez, os preços sobem. A julgar por esta regra, deveríamos estar com falta de produtos nos postos. Mas não é isso que se vê. A Petrobras bate record de venda e produção.

A verdade é que vivemos em um país rico, em que tudo é feito para eles. Somos nós, os pobres, que nos aventuramos a possuir um bem que não foi pensa do para nós. Enquanto colocamos 20 reais eles enchem o tanque. Sequer olham o preço.

Parece não haver saída. Propor boicote será jogar palavras ao vento. Se cada um deixasse seu carro na garagem e fosse de ônibus, impossível. E se déssemos carona para o nosso vizinho, chatice.

Só nos resta esperar que o egoísmo fuja da alma humana e a racionalidade prevalessa.